sábado, 26 de fevereiro de 2011

CUIDADO COM OS TREINOS LONGOS SEM PLANEJAMENTO

Vamos entender um pouco sobre o efeito de cortisol sobre o treinamento de longa duração. Para você colocar como ponto de partida nos treinos sem planejamento e sem perspectiva da relação VOLUME X INTENSIDADE.

O cortisol tem sua liberação influenciada pelo adrenocorticotropina e algumas das suas principais ações compreendem:

· a adaptação ao estresse;

· a gliconeogênese a partir de aminoácidos que desaminados, vão através da circulação, para o fígado;

· estimulo do catabolismo protéico para a liberação de aminoácidos para serem usados em reparação de tecidos;

· diminuição das reações imunológicas, por provocar diminuição no número de leucócitos (BERNE & LEVY, 1996; GUYTON & HALL, 1998).

O aumento do cortisol está associado à ação estressora (HUCKLEBRIDGE, CLOW & EVANS, 1998) e a condições lesivas (GUYTON, 2002). Maughan, Gledson e Greenhaff (2000) reafirmam que a lesão muscular causada pelo exercício está relacionada a aumentos substancias no nível de cortisol plasmático, podendo este manter-se elevado durante vários dias.

Fato importante a ser considerado é que a diminuição da glicemia sérica durante o exercício, devido à intensidade ou mesmo ao volume, parece estar diretamente relacionada ao aumento de cortisol (BRÜGGER, 1998).

No estudo realizado por França et al (2006), foi analisado a resposta dos níveis séricos de testosterona (T) e cortisol (C) e das enzimas de desgaste muscular CK, CK-MB(determina os níveis sobre o Infarto Agudo do Miocárdio-IAM) e LDH (Desidrogenase Lática), em 20 atletas masculinos sadios (25 a 40 anos), participantes de uma maratona (42,2 km). Os referidos autores concluíram que a correlação inversa entre T e C, e o comportamento das enzimas CK, CK-MB e LDH, permite comprovar que uma corrida de maratona causa intenso stress físico, provocando desequilíbrio hormonal e lesão celular severa.

De acordo com Weineck (1999), sob estimulação máxima, os hormônios de estresse adrenalina e noradrenalina podem apresentar aumentos de até 10 vezes dos valores basais, por até uma hora depois da atividade; além disso, o cortisol e as catecolaminas não são somente metabólitos ativos, mas também levam a uma redistribuição dos leucócitos, apresentando, desse modo, um efeito imunossupressor.

Outros autores como Siqueira (2009) relaciona os resultados da urina e do sangue sobre alterações bioquímicas severas nesse público de longa duração.

É importante ter cuidado com treinos acima de 1h20 (iniciantes) ou 1h40 (treinados) devido ao nosso clima muito extremo (umidade e calor). Os efeitos fisiológicos negativos serão mais severos e prejudiciais ao seu planejamento. Quando a relação VOLUME X INTENSIDADE é trabalhada gradativamente em uma PERIODIZAÇÃO organizada esses efeitos serão mais minimizados e o sucesso de um excelente tempo numa meia maratona ou a maratona fica mais eminente.

Caso queiram ler os artigos relacionados ao assunto é só clicar nos links destacados no texto.

Um abraço a todos.